Pages

Feature Top (Full Width)

sábado, 11 de abril de 2015

O ensino de geografia no mundo globalizado

A Geografia moderna solucionando os problemas da sociedade


por Maria Cecilia Amaral de Rosa

Divulgação
O período de transição para o mundo globalizado nos últimos trinta anos caracterizou- se por uma espécie de perícia do conhecimento geográfico. O conhecimento e a análise do espaço geográfico têm se apresentado como grandes colaboradores na solução de problemas da sociedade moderna. As pesquisas fundamentadas pelos geógrafos abrangem desde orientações para guiar pessoas portadoras de necessidades físicas especiais em complexas áreas urbanas até estudos de distribuição espacial de doenças, agilizando os atendimentos médicos adequados.
A Geografia também está presente no planejamento de novas regiões agrícolas, na avaliação de colheitas por meio das imagens de satélite, nas pesquisas que buscam contribuir para solução dos problemas de redes urbanas desequilibradas, na percepção das imagens mentais de periferias urbanas que certamente revolucionarão o planejamento urbano regional e o turismo. Atualmente, para se realizar uma obra de grande porte no Brasil, como estradas, pontes, aterros sanitários e instalações de fábricas, é necessária a elaboração de um Relatório de Impacto Ambiental (RIMA ), com a atuação fundamental de um geógrafo.

O conhecimento e a análise do espaço geográfico têm se apresentado como grandes colaboradores na solução de problemas da sociedade moderna.

O Geógrafo Educador
Desde bem pequenas, as crianças têm contato com o meio físico que habitam. Estão "lendo" o mundo à sua maneira. Aos poucos se familiarizam com o lugar onde vivem, vão desenvolvendo noções e demonstrando a percepção empírica que estão construindo sobre o território. A leitura geográfica do espaço vem acompanhada dos significados nascidos da percepção de um determinado lugar, e a relevante tarefa do geógrafo consiste na interferência reflexiva para a construção do conhecimento. A reflexão dialogada possibilita ao aluno a construção do conceito de território e territorialidade ao mesmo tempo em que valoriza os fatores culturais da vida cotidiana, permitindo compreender simultaneamente a singularidade e a pluralidade dos lugares do mundo.
Ao Geógrafo-educador cabe incluir propostas contextualizadas e de relevância social para que o aluno ultrapasse o campo da alfabetização cartográfica e torne-se realmente um mapeador consciente, leitor e usuário de mapas na busca da construção de novos significados no seu cotidiano. Para alcançar uma compreensão mais ampla do que seja um território, o aluno, com a ajuda do professor, deve aprofundar e construir conceitos de diferentes categorias, tais como: Estado, município, região metropolitana, campo e área rural, além de perceber as possibilidades de interferências e de mobilidade do ser humano.

Agregados do Geógrafo-educador
O computador, sem dúvidas, é um grande aliado em sala de aula. A informática, os programas, os sites e outras ferramentas do meio cada vez mais auxiliam o aluno nas experiências concretas. Tais recursos permitem viajar pelo mundo por meio de imagens, seja pela superfície do globo terrestre, pelos mares ou pelas crateras de um vulcão em erupção, possibilitando um sem-número de experiências e atividades atrativas para as aulas. A simulação de um voo "panorâmico" até algum ponto, seja a casa do aluno, seja uma outra cidade, traz para a sala de aula aprendizados que tomariam longo tempo para se concretizarem.
As fotos de satélite da aproximação das chuvas do continente facilitam a compreensão de como se faz a previsão do tempo em determinada área do país ou até mesmo da cidade. As informações da velocidade do vento possibilitam determinar em quanto tempo estará chovendo em determinado ponto. O Geógrafo-educador tem um mundo de possibilidades dentro dos sistemas de informações geográficas, com o uso do GPS para determinar a latitude e mais uma infinidade de conteúdos.

Ao Geógrafoeducador cabe incluir propostas contextualizadas e de relevância social para que o aluno ultrapasse o campo da alfabetização cartográfica e tornese realmente um mapeador consciente, leitor e usuário de mapas na busca da construção de novos significados no seu cotidiano.

Espaço geográfico e relações sociais
Divulgação
A observação que determinada área transformou-se de rural para urbana ou vice-versa, sugere investigar se as razões se deram por iniciativas do próprio homem ou por ocorrência de fenômenos avassaladores da própria natureza. Os deslocamentos de população de uma região para outra (campo-cidade/cidade-campo), os meios de transportes utilizados para tal e as razões também são objetos de investigação que contam a história do lugar. As contribuições de diversas áreas do saber humano como métodos de interpretar a realidade tornaram a Geografia única, dandolhe uma visão extremamente abrangente dos fenômenos da natureza e da sociedade e retratando toda a pluralidade representada.
O espaço geográfico é formado pela materialidade (formas do passado associadas ao presente pela dinâmica da sociedade) e pelas relações sociais (as diferentes políticas econômicas, culturais e ambientais que a sociedade manifesta na Geografia local. Para que ocorra a produção do espaço geográfico, os elementos da natureza (relevo, clima, solo, vegetação etc.) são transformados e modificados pelo plano de interesses públicos e privados que constroem, destroem e reconstroem novos espaços sociais. As transformações na paisagem são filosoficamente compreendidas como a representação de um momento histórico (temporalidade) das possibilidades de realização humana.
A paisagem alterada é um espaço produzido, que reflete o momento histórico, econômico, social, político e cultural; o relevo é o resultado concreto da dinâmica dos processos físicos estruturais/esculturais e os agentes sociais atuantes; além disso, a paisagem pode ser concebida como o local onde as pessoas vivem e se identificam, guardiã do seu patrimônio, sua identidade e suas histórias. Podemos ainda considerar, na estruturação do conceito de território, o conceito de lugar compreendido como o espaço de vivência e manifestação das relações sociais, cujo maior conhecimento das suas representações sócio-espaciais (cognitivas) leva os sujeitos a criarem afetividades com o seu local de vida.
A Geografia, por ser uma ciência social, e o geógrafo, com formação holística e eclética, devem conhecer os processos de construção e modificação do espaço geográfico. A Geografia Física deve ser realizada em função da sociedade e privilegiar a análise do lugar em função das inúmeros manifestações sócio-ambientais, como os processos de degradação dos ambientes urbanos e rurais, que em muito têm comprometido a qualidade de vida das pessoas.

A história da Geografia
Geografia é o estudo científico da superfície da Terra com o objetivo de descrever e analisar a variação espacial de fenômenos físicos, biológicos e humanos que acontecem na superfície do globo terrestre. A Geografia da modernidade estuda as relações entre o espaço e as sociedades. Para tanto, os geógrafos, recorrem a ciências como Geologia, Oceanografia, Meteorologia, Ecologia, Matemática e Estatística, além das Ciências Sociais: Economia, Sociologia, História e Política. A Geografia estuda o nosso planeta, morada da humanidade, com vistas na organização da sociedade e nas suas relações com o espaço físico, os diversos aspectos da natureza e da paisagem.
Nem sempre foi assim...
No início, a Geografia era conhecida como história ou filosofia natural pelos conquistadores gregos que, para descobrir novos territórios de domínio e atuação comercial, necessitavam conhecer o ambiente físico e os fenômenos naturais. Os métodos utilizados então eram observação do planeta e observações astronômicas. O legado dos gregos inclui mapas, informações e indicações de latitude e longitude, além de toda sua vivência geográfica.
Os árabes complementaram os conhecimentos gregos com um sofisticado sistema de classificação climática e também com a evidência concreta de que as regiões mais quentes do mundo eram perfeitamente habitáveis.
A Geografia no século XV contou com os grandes navegantes, que redescobririam o interesse pela exploração, pela descrição geográfica e pelo mapeamento, confirmando o formato global da Terra, favorecendo uma maior precisão das medidas e observações. Na Geografia social, grandes nomes, como Goethe, Kant, e Montesquieu, dedicaram seus estudos à preocupação de estabelecer relações entre a humanidade e o meio ambiente. A Geografia cresceu nos campos da antropologia e da política.
A Escola Alemã marcou a Geografia no século XIX com o determinismo que pregava a idéia de que o clima podia desencadear ou não a força física e o desenvolvimento intelectual das pessoas, afirmando que a civilização teria um desenvolvimento mais elevado nas zonas temperadas do que nas tropicais. Nos anos 1930, foi a vez da escola francesa lançar o possibilismo, que pregava o desenvolvimento das pessoas determinado a partir de seu ambiente físico, sua escolha relacionada à extensão de seu avanço cultural.
Nos anos 1960, para tornar a Geografia um estudo mais científico, foi adotada a estatística como recurso de apoio. Ao final da década, duas novas técnicas extremamente importantes começaram a ser desenvolvidas: o computador eletrônico e o satélite.

Fonte: Uol conhecimento prático

Nenhum comentário:

Postar um comentário